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Wednesday 18 May 2016

Os atabaques e o Estado Novo de Getulio Vargas


Imagem: Jogo de atabaques\ Ilè Asé Babá Omi;

Por solicitação do Babalorisá Erick T'Osalá ao tema ,que relaciona a Terceira República para com o modelo de visão sócio-politica ao candomblé em aspecto litúrgico,registro aqui o seguido texto.
Raul Lody descreve que “os atabaques sempre foram alvo da polícia baiana e estavam terminantemente proibidos durante o Estado Novo.
 Estado Novo foi o regime político brasileiro fundado por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, que vigorou até 29 de outubro de 1945. Era caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo. É parte do período da história do Brasil conhecido como Era Vargas.
Em 10 de novembro de 1937, através de um golpe de estado, Vargas instituiu o Estado Novo em um pronunciamento em rede de rádio, no qual lançou um Manifesto à nação, no qual dizia que o regime tinha como objetivo "reajustar o organismo político às necessidades econômicas do país".
Após a Constituição de 1937, Vargas consolidou seu poder. O governo implementava a censura à imprensa e a propaganda era coordenada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Também houve forte repressão ao comunismo, amparada pela "Lei de Segurança Nacional", que impediu movimentos revolucionários, como a Intentona Comunista de 1935, durante todo o período.
 Para tocar os instrumentos, somente na clandestinidade, já que a Delegacia de Jogos e Costumes não costumava dar sopa. Mas um encontro nos bastidores mudaria essa história. Aproveitando uma viagem ao Rio de Janeiro, mãe Aninha, fundadora do Ilê Axé do Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, usou de sua influência e conseguiu uma audiência com o presidente Getúlio Vargas. Ela só queria cultuar a religião dos seus antepassados e Getúlio não teria como resistir ao pedido legítimo de uma criatura tão doce. O encontro de Aninha com o presidente do Brasil resultaria no Decreto 1.202, que permitiu o uso dos atabaques nos terreiros. O acontecimento é considerado um passo importante para a liberação definitiva do controle policial sobre os candomblés, o que só ocorreu em 1976, no governo de Roberto Santos. Na ocasião, a notícia foi recebida com entusiasmo pelo povo de santo da Bahia, em plena festa da Lavagem do Bonfim.”

Tuesday 17 May 2016

Na homenagem:Pai Djalma de Lalú...Igbaralonan!



 Foto:Escultura e tela a óleo do acervo do Babalorisá Erick T'Osalá- Ilè Babá Omí


Morador do bairro de Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio de Janeiro/RJ, Djalma era jongueiro e bom no ponto amarrado. Serviu à Marinha e se tornou cozinheiro da Polícia Militar. Desde novo frequentava o terreiro de Omolokô antigo de Dona Júlia do Caboclo Rompe Mato, onde Exu Lalú começou a se manifestar, segundo o próprio Djalma contava.
Em 1940, Djalma conheceu o Doté Tata Fomutinho (Antonio Pinto de Oliveira) do Kwe Ceja Nassó. No mesmo ano, Fomutinho recolheu Djalma para ser feito de Oxossi, apesar de Exu Lalú já ter anunciado que era o dono do orí de Djalma. Naquela época, havia o tabu de não se raspar Exu na cabeça de ninguém, tanto que no Brasil só havia uma pessoa feita de Exu iniciada pela iyalorixá Maria Neném (Salvador/BA). Mantendo as tradições da época, Fomutinho seguiu recolhendo Djalma para ser feito de Oxossi. Entretanto, no dia da saída, quem proferiu o orunkó foi Lalú: "IGBARALONÃ!".

  Texto: Sabrina Falcão, jornalista * Pesquisa: Nilo Almada.

Monday 16 May 2016

Ilè Babá Omi,de Oyá,Yamonjá e Osun...sempre e por fidelidade à Osalá.



   Imagem:  Sacro Adjá pertencente ao terreiro de Osalá,Asé Babá Omi.

Poesia de Três Rainhas


Vim do alto do Cantuá
Meu senhor
Tenho pena vermelha de Oxum e pilão que me protege.
Na feira das Sete Porteiras, tem em Salvador...
No mercado Modelo, todas as pencas de meu Rei
Tem caju, fubá,meu patuá.
Na lavagem, salve o Bonfim de todas as folhas .

Fui batizado em fevereiro, com Águas, flores e perfumes


Vim do alto do Cantuá

Ô senhor

Clareou o dia nessa cidade

Tem rechiliê, chita, renascença...

Dizem que naquela casa branca...

Com porrão de barro e laço prateado mora um prícipe menino


Mandou rodar acarajé, balançou palmeira e nem vi.

Água no mar, é maré cheia

Vento na minha mente me levou embora desse chão

E pra onde, não sei...

É pra onde, do além-mar, da ilha de maré



Vim do alto do Cantuá, de Barroca...

Ô senhor

Das águas, flores e perfumes

Minha argola de cobre,ganhei dessa senhora

O canto que me encanta te encanta

Quem me olhar na ladeira, há de me afortunar pra sempre


Meu coração é dessa mulher, é dessa esteira trançada

Do barro que me fez

Dessa coroa, real de prata,de ouro em pó

Quem não souber,olhe pra mim, Ô senhor

...sou filho príncipe de três rainhas, sim.

E do alto do Cantuá.

Erick de Oxalá

O INICIADO E O NÃO INICIADO



     Fotografia: Aposento de Orisá no Ilè Babá Omi



"O INICIADO E O NÃO INICIADO NO CANDOMBLÉ...eis a cantiga que responde e não se questiona...

Biri-biri bò won lójú
Ògbèri nko mo Màriwo

Trevas cobrem seus olhos...
O não iniciado não pode conhecer o mistério de Màriwo"

                                          (Babalorisá Erick T'Osalá)