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Friday 8 January 2010

A tão nobre Galinha D'Angola...


Adoro a legitimidade dessa resenha sagrada...leiam.


CONVERSA ENTRE OBATALÁ E OXUM


Obatalá... Espera, Oxum! Não posso interferir no processo de vida e morte, mas tenho, como tu mesma tens poderes para criar e consagrar símbolos que perpetuem um ser. Que o represente em qualquer situação e que possa ser renovado constantemente. Um símbolo vivo de alguém que já morreu! E este símbolo deverá participar de todos os rituais em nossa honra! E representará, com sua presença, não só a presença de seu pupilo, como também de todos aqueles que um dia receberam o sagrado OXU, que estabelece a aliança firmada entre o iniciado e seu Orixá! Um símbolo que possa representar também a Terra, onde habitam seus corpos depois de levados por IKU! A GALINHA D'ANGOLA gritaram todos em unissono. Oxum providenciou, imediatamente, uma galinha d'angola, que naquele tempo era inteiramente preta, e Obatalá lá soprou sobre ela pó de efun, pintalgando-a de branco, como hoje ela é. Oxum, então, modelou, com manteiga de orí da Costa, um cone ao qual acrescentou diversos componentes mágicos, e fixo-o sobre a cabeça da ave, dando a ela o status de ODOXU (aquele que possui OXU), que distingue os iniciados no Culto dos Orixás. OBATALÁ sentenciou: A partir desse dia, serás representado, em todos os rituais, por ETU, a galinha d'angola. Qualquer ritual em que ela não estiver presente, não será por nós validado. Esta ave é, a partir de agora o símbolo dos iniciados do qual foste o precursor e , por isso nascerá provida de OXU e da pintura de efun que é feita em minha honra! É por isso que, ainda hoje, a galinha d'angola deve estar presente em todas as cerimonias em honra aos Orixás, e uma parte dela compõe o OXU, que é colocado sobre a cabeça do neófito na hora de sua iniciação.


Trecho do livro - Igbadu - A Cabaça da Existência ( Adilsom de Oxalá) A Galinha D'Angola ( J. Flavio P. de Barros)

Ser iaô é...


Iyàwó, Iyawô, Yao ou Iaô palavra de origem yoruba, é a denominação dos filhos-de-santo já iniciados na Feitura de santo, que ainda não completaram o período de 7 anos da iniciação. Só após a obrigação de 7 anos ele se tornará um Egbomi (irmão mais velho). Antes da iniciação são chamados de abíyàn ou abian.
A pessoa passa a ser um Iaô após um período de vinte e um dias, recolhida no roncó (clausura), quarto específico e apropriado para se fazer iniciações e obrigações, e passar por todos os preceitos necessários para ser um iniciado.
É durante os sete anos, que a pessoa vai aprender as rezas, as cantigas, os preceitos, os segredos só confiados aos iniciados do Candomblé.

No Asé Babá Omi a palavra Iyawô é tida como sagrada e não tão rudemente relacionada com subordinação abusiva, pois possui significado interligado à Osalá, o pai da criação.

De acordo com o humbè do nosso sacerdote, Babá Erick T'Osalá, iyawò é o começo e o começo só será fundamentado no futuro se o hoje for visto e feito com respeito e fidelidade de asé.


Foto: Iaô de Osún saudando (dando paó ) a entrada da sala de festejo público do Asé Babá Omi, ao lado da Iabasé.

Ipadè de Exú...



O Ipadè (também chamado popularmente, embora erradamente, de Padê) de Exú é um ritual executado antes de qualquer cerimônia interna ou pública do Candomblé, Exú é sempre o primeiro a ser homenageado.
De manhã, consuma-se o sacrifício; os preparativos culinários e a oferenda às divindades ocupam o restante do dia; a cerimónia pública propriamente dita começa ao fim da tarde, quando o sol se põe e prolonga-se por muito tempo, noite adentro.
Qualquer cerimónia tem início, obrigatoriamente, com o Padê de Exú. Costuma-se dizer que essa cerimónia é para despachar Exú, mas isso não é correcto, pois com esta cerimónia apenas colocamos Exú como guardião e mensageiro, para avisar os Orixás de que estaremos precisando das suas presenças no Aiyé (Terra).
Exú é, na verdade, o Mercúrio africano, o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, o intérprete que conhece ao mesmo tempo a língua dos mortais e a dos Orixás. É pois ele o encarregado – e o Ipadé não tem outra finalidade – de levar aos Orixás o chamamento dos seus filhos.
O Ipadé é celebrado por duas das filhas-de-santo mais antigas da casa, a Dagã e a Sidagã, ao som de cânticos em língua Iorubá, cantados sob a direcção da Iyà Têbêxê e sob o controle do Babalorixá ou Yalorixá, diante de uma quartinha com água e um prato de barro contendo o alimento de Exú, e um outro recipiente com o alimento favorito dos ancestrais.
Embora o Ipadé se dirija antes de tudo a Exú, comporta também obrigatoriamente uma cantiga aos mortos (Essá) ou para os antepassados do Candomblé, alguns de entre eles são mesmo designados pelos seus títulos sacerdotais.
A quartinha, o recipiente e o prato serão levados para fora do barracão onde se desenrolarão as restantes cerimónias.
A festa propriamente dita pode então começar.
Obs.: Não confundir Padê (que significa a comida de Exú) com Ipadé (que significa Encontro) que é a cerimónia propriamente dita.



Foto.: Pintura em tela. Ilè bará esú do Asé Babá Omi