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Thursday 17 December 2009

Postos principais num Egbé Orisá


Para que possamos compreender a religião do Candomblé, a forma relevante da hierarquia se faz predominante dentro dos ilês e aqui , relato de forma gradual os postos de uma casa de santo.


Iyalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo, é o posto mais elevado do ILê; tem a função de iniciar e completar o ato de iniciação dos olorixás. Iyaegbé/Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia. Posto paralelo ao da Iyalorixá ou Babalorixá. Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé. É quem escolhe os Oloyes de acordo com as determinações superiores. Iyakekere: Mãe pequena do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Ilê. Ojubonã: É a mãe criadeira. Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú. Junto com a Agimuda, Agba e Igèna. Iyaefun/Babaefun: Responsável pela pintura dos Iyawos. Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan. Iyabassé: Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Olorixás podem auxilia-la, sendo ela a única responsável por qualquer falha eventual. Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando. E usa toalha de Orixá no ombro. Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos em obrigações de "cantar folhas". Geralmente filhas de Oxun. Aiybá: Bate o ejé em grandes obrigações. Tem sub-posto Otun e Osi. Ològun: Cargo masculino, despacha aos Ebós das grandes obrigações, a preferência é para os filhos de Ogun, depois Odé e Oluwaiyê. Oloya: Cargo feminino, despacha os Ebós das grandes obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya. Mayê: Mexe com as coisas mais secretas do Axé, ligadas a iniciação do Adoxú. Agbeni Oyê: Posto paralelo a Mayê, divide a mesma causa. Oyê: Se relaciona com a Yaefun/Babaefun; ou seja, coisas de AWO para iniciação. Olopondá: Grande responsabilidade na inicição, no âmbito altamente secreto. Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar de obrigação. Kólàbá: Responsável pelo Làbá, simbolo de Xângo. Agimuda: Relação com o Ipadê de Exú. Aquela que carrega a espada. Titulo feminino usado no culto de Oya e Geledé. Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé. Iyasíhà Aiyabá é quem segura o estandarte de Oxalá. Omolàra: Posto de confiança. Sarapegbé: Mensageiro de coisas civis e de awo. Akòwé Ilê Xangô: É a Secretária da casa de Xângo. Zelo, Orô e compras. Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância. Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Traz axé de Ogun. Trabalha em conjunto com Iyalorixá/Babalorixá, Oloyês e Ogans. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do ínicio ao fim do ato. Soberano nestas obrigações, é quem se comunica com o Orixá para quem se destina a obrigação, transmitindo à Iyalaxé as respostas e mandamentos. Deve ser chamado de Pai. E também possui sub-posto Otun e Osi. OgaláTebessê: Dono dos toques, cânticos e danças. Trabalha em conjunto com o Alagbê, possui sub-posto Otun e Osi. Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais sagrados. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a ALVORADA mais ou menos 40 min. Se um autoridade de outro Axé chegar ao Ilê, o Alagbê, tem de lhe prestar as devidas homenagens "dobrar o Ilù" oferecer até sua própria cadeira. Também possui sub-posto Otun e Osi. Alagbá: Ambito civil do Axé. Àjòiè: Camareira do Orixá. Ekédi. Ojuoba: Posto de honra no Ilê Xangô e possui sub-posto Otun e Osi. Teololá: Aquela que acompanha os Obas de Xangô. Sobalóju: Título masculino e feminino. Sendo o mais importante e atraente, o preferido do rei. Mawo: Grande confiança. Balógun: Título ligado ao Ilê Ogun. Alagada: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun. Balóde: Ogan de Odé. Aficodé: Chefe do Aramefá (6 corpos) ligado ao Ilê Odé. Ypery: Ogan ou Àjòiè de Odé Alajopa: Pessoa de Odé, que leva a caça para ele. Alugbin: Ogan de Oxalufan e Oxaguian que toca o Ilù dedicado a Oxalá. Assogbá: Ogan ligado ao Ilê Omolú e cultos de Obaluaiye, Nanã, Egun e Exú. Alabawy: Pessoa que trabalha na área jurídica e que cuida dos interesses civis do Axé. Leyn: Pessoa do Ogun ou Odé, que zela Ogun. Alagbede: Pessoa que trabalha no ramo de ferro e metais e forja as ferramentas do Axé. Elémòsó: Ogan ou Àjòiè de Oxaguian, ligados ao Ilê Oxalá. Gymu: Àjòiè de Omolu, que cuida de tudo que se relaciona a Omolu, Nanã e Ossany. Kaweó: Ligado ao Ilê Ossaiyn. Ogòtún: Ligado ao Ilê Oxun. Oba Odofin: Ligado ao Ilê Oxalá. Iwin Dunse: Ligado ao Ilê Oxalá. Apokan: Ligado ao Ilê Omolú. Abogun: Ogan que cultua Ogun.
Foto: Cadeira.Asè Gantois.2009

Poder feminino no Candomblé


Talvez a antropóloga Ruth Landes tenha exagerado ao chamar Salvador de “A cidade das mulheres”, em 1938, destacando o matriarcado exercido pelas damas do candomblé jeje-nagô da capital baiana. Exagerado por fazer crer a muitos incautos ou leitores precipitados, que na Bahia o poder de ordem política, em toda nossa sociedade, era exercido por mulheres.Contudo, a experiência religiosa no universo afro-brasileiro, garantiu a muitas mulheres, entre elas as chamadas negras do Partido Alto, endinheiradas através de atividades comerciais, e as líderes espirituais que ficaram (e são) conhecidas como mães-de-santo, o exercício do poder comunitário e a preservação da ancestralidade e da geração de sobrevivência para muitos humanos negros, que se viam apoiados e socializados nos espaços destinados ao culto aos orixás, o terreiro.
Não se pode pensar em candomblé, essa religião criada por nossos irmãos africanos no Brasil, sem destacar-se a figura feminina, sem priorizar, no interior desta religião, o poder inalienável da mulher. O candomblé baiano é uma seara de feminilidades e feminilizações; a natureza deste culto, voltado à possessão e a todos os elementos naturais que regem a vida em nosso planeta, finca-se numa conformação sócio-existencial, na qual o feminino é fundamental na tarefa de religar o humano aos seres etéreos do Orun (o céu do povo-de-santo) e assim realizar, entre os vivos, a satisfação espiritual.
Destas mães brotam mananciais de poder personificado em sabedoria litúrgica. O sentido agregador daquilo que o mestre Vivaldo da Costa Lima chamou de família-de-santo, se estruturou melhor nas zonas de domínio sócio-espiritual onde o comando era exercido por uma mulher, reconhecida por sua iniciação no culto jeje-nagô.
É claro que grandes mães-de-santo também representam o modelo congo-angola na Bahia; não se pode esquecer Mirinha do Portão; nem atualmente ocultar o nome da grandiosa Zulmira, em Lauro de Freitas, que teve como uma de suas iniciadoras Gaiaku Luiza. Nem se deve desprezar o masculino no candomblé, jamais. A harmonia desta religião centra-se no equilíbrio entre feminino e masculino, onde cada papel de gênero deve ser exercido ritualisticamente de acordo ao “sexo” que define humanos e divindades.
E dessa luz-mulher que jorra dos nossos terreiros, alguns nomes não podem ser esquecidos: mãe Aninha, mãe Pulchéria, mãe Senhora, Gaiaku Luiza, e mãe Menininha, entre as mortas; realçando as vivas, mãe Stella de Oxóssi, íntegra representação do poder feminino; mãe Tatá de Oxum, mãe Cutu de Ogum, mãe Lelu de Iemanjá Ogunté, rainha no Pau Miúdo; mãe Val de Airá, a nobreza do Terreiro do Cobre; mãe Helenice de Oxum, mãe Gitolu, mãe Zulmira de Nanã e Carmélia de Oxaguian. As poderosas da Bahia.
(Publicado no Opinião do A Tarde em 06/03/2008)
Foto: Senhoras de santo de São Paulo na roda do candomblé,em liturgia pública.

ORISÀ OGYÀN- PATRONO DO ILÊ BABÁ OMI


Por méritos ,o Ilê Babá Omi, casa de candomblé situada em São Paulo , hoje é presidida pelos olhos atentos e ações eméritas do Babá Erick T'Osalá que foi iniciado ao orisá Ajagunã na década dos anos 90, pelas tradições do Asé Osumarè.

Por fato do orisá Ajagunã ser o patrono e senhor do espaço dessa casa, além de ser o primeiro orisá a receber reverências por pertencer ao ori do sacerdote,descreverei pontos relevantes à essa divindade do panteão afro.

Ajagunã, uma das mutações de Oxalá, ele é o jovem regente do coração, pulmão, membros e da circulação sanguínea, tendo como características fundamentais o domínio, a austeridade e o zelo. É a mais importante conjuntura do jogo de búzios e vem associada ao número 8, chamado de Ejonilé. Isso indica caminhos sem meio-termos, na base do tudo ou nada. Significa infinito em todos os sentidos: saúde, pobreza, sorte ou azar. Em sua origem lendária, Oxanguian foi o Rei de Ejigbo e ganhou fama por sua valentia. Gostava exageradamente de comer inhame triturado no pilão, prato que em Yorubá se chama Yan, o que lhe valeu o apelido de "orixá do Yan". Um dos seus principais símbolos é o pilão. Nas cerimônias religiosas, quando os filhos deles dançam, brandem um pilão e um escudo numa das mãos, e uma espada na outra. Durante as festas em sua homenagem, distribui-se a comida de sua preferência.

Felicitadamente,a manifestação de Ajagunã em seus filhos é momento rico de detalhes e que prende a atenção de todos os presentes durante as cerimonias públicas do candomblé.

Momentos que traduzem a guerra pela paz,a liderança viva pelos nobres ideias,a cumunhão, a batalha do dia-a-dia. Ajagunã é clamado nas dificuldades diárias, é a divindade do sustento da população, das articulações políticas, orixá presente nas manifestações públicas,no movimento agressivo que gera a mudança.

Ver Ajagunã em terra é ver esperança.

Nascidos sob a nobreza da energia de Oxaguiã está o Babá Erick de Ajagunã,Celso de Oxalá, Yá Edelzuita,Pai Air, Tia Massi era de Oxaguiã por isso a Casa Branca do Engenho Velho possui nome característico. Mãe Carmem do asé Gantois também é filha do nobre Oxaguiã.




CASA DE CANDOMBLÉ- ILÊ ASÉ BABÁ OMI


Eu , Oloiê Rômulo, iniciado na religião do candomblé no orisá Jagun e sociólogo, venho apresentar-lhes sob a supervisão de meu Sacerdote , Babalorisá Erick T'Osalá Ajagunã, a casa de candomblé Ilê Babá Omi situada em São Paulo e com a direção hoje do mesmo líder desde a sua fundação.

Esse espaço visa expôr traços da cultura litúrgica que são propagadas dentro dessa casa de nação Ketu e que é presidida sob os rigores da tradição afro no Brasil.

A todo o povo de santo, aos pesquisadores amigos e aos observadores e adminiradores do Orisá, sejam bem aceitos e vejam com bom olhos as informações aqui relatadas por mim.

Adaàbó!


Oloiê Rômulo de Jagun